15 de agosto de 2004

MOORE

Quase impressionado pelos gritos de "Manipulação! Manipulação!" da nossa direita conservadora (subitamente purista quando entram pela quinta das gravatas de seda vermelhas adentro) levei algum tempo a ir ver o "Fahrenheit 9/11".
Estive longe de o achar manipulador. Expressa uma opinião? Sim. Mas isso percebe-se desde a primeira hora, logo não engana ninguém no que toca as intenções do autor. Mas Michael Moore sabe, de facto, conduzir um documentário de uma forma viva e intensa, passando do cómico ao trágico com a mesma mestria.
No fim, o público presente na sala (esta sessão, ao contrário daquelas a que assistiram os comentadores jornalísticos foi paga) aplaudiu. Não me lembro de ter visto esse gesto fora de festivais.
Mas se calhar o Nuno Rogeiro tem razão e o Bush é mesmo boa pessoa e as armas que serviram de desculpa à invasão do Iraque existem mesmo (embora se tenham tornado invisíveis, o que só vem aumentar ainda mais o seu poder). Ou se calhar, é um presidente que serve bem gente como ele, que ganham a vida a fingir entender alguma coisa de estratégia militar e de movimentações económicas.

ps: não pude deixar de estabelecer o paralelismo com Portugal: também nós temos um palhaço a governar. E tal como os Estados Unidos isso não será sem consequências.

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